As palavras de apreço surgiram de todos os quadrantes, sem surpresa: de antigos colegas e rivais, de amigos próximos e de relações mais distantes. Instituições e clubes, também
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A morte de Jorge Costa apanhou-nos a todos de surpresa, esmagados pela notícia do desaparecimento repentino de um nome grande do FC Porto e da Seleção Nacional. Aos 53 anos, estava a fazer o que sempre desejou: estar ao serviço do clube onde figurará na restrita lista de históricos capitães e ao qual regressou, como dirigente, há um ano. Os elogios de ontem não surpreenderam, vindos de companheiros e adversários, amigos de longa data ou simples conhecidos. Organizações e clubes uniram-se nas homenagens, como deve ser. E foi.
Mas, se o momento é ainda de consternação e de palavras sentidas, não pode deixar de ser também o momento certo para analisar atitudes. Até porque a frontalidade de Jorge Costa assim o exige. Ontem, Benfica e Sporting não demoraram – e bem, muito bem – a manifestar o merecido pesar pela morte de um nome grande do futebol português, histórico capitão do FC Porto, jogador duro dentro do campo, intransigente na defesa das cores que defendeu também fora das quatro linhas. Enfim, um adversário em incontáveis clássicos e jogos que ficarão guardados na memória de quem os viu. O Bicho é um daqueles jogadores que apaixonava os adeptos portistas e tirava do sério os que torciam pelo adversário.
A propósito, porque não há momentos bons ou maus para criticar e elogiar: menos de seis meses após terem errado ao não endereçar qualquer nota de condolências ao FC Porto pela morte de Pinto da Costa, os dois rivais de Lisboa uniram-se no que era correto. Uma atitude que fica bem, que deve ser normalizada de uma vez por todas, sem medo.