Imprimiu dinâmica pouco vista nos média e n’O JOGO mostrava um lado pessoal genuinamente preocupado com quem aqui trabalhava
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Joaquim Oliveira foi um visionário. Não daqueles que se limitam a sonhar, mas antes alguém que quis e fez nascer obra, designadamente nesta área, da Comunicação Social. Houve uma época em que se recordava, num certo tom trocista, os primórdios do empresário, com as “mãos na massa”, durante o Mundial do México’86, a ajudar a colocar a publicidade em volta dos relvados. É provável que alguns desses tivessem engolido sapos ou passado a elogiá-lo (ou ambas as opções), mas é inegável o legado daquele que partiu de Penafiel rumo à construção de um império empresarial de que O JOGO orgulhosamente fez parte.
Pouco depois de comprar este jornal, em 1994, Joaquim Oliveira, de mãos dadas com a então Direção liderada por Manuel Tavares, assumiu decisões inovadoras na área dos média: desde a passagem de O JOGO de trissemanário a jornal dos (cinco) dias da semana, até ao regresso à publicação diária, obrigando a concorrência a ir atrás e incutindo uma dinâmica pouco vista no sector. O mesmo sucedeu com a edição online, de que fomos pioneiros, o espírito que presidiria ao lançamento do primeiro canal nacional dedicado ao Desporto, a Sport TV.
N’O JOGO era, ao mesmo tempo, patrão e alguém da casa, que trocava dois dedos de conversa com quem se cruzava nos corredores ou na Redação, genuinamente interessado e preocupado com o bem-estar dos funcionários. Também por isso sentimos particularmente a sua partida e nos unimos à dor da família e amigos, a quem damos um forte e sentido abraço.