Há uma franja de adeptos portistas cujo grau de exigência em relação à equipa subiu exponencialmente este ano. É gente que não se satisfaz com pouco. E 20 por cento de qualquer coisa é pouco
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Os portistas sempre foram adeptos exigentes. Haverá quem diga que estão mal habituados, mas é exatamente o contrário. Estão habituados a ganhar mais vezes do que as que perdem e já se sabe que quem se habitua a muito raramente se satisfaz com pouco. Ainda assim, os níveis de exigência atingiram patamares inéditos esta temporada. No domingo, depois de uma primeira parte em que dominou completamente o jogo e multiplicou as oportunidades para marcar, o FC Porto vencia o Braga por 1-0 e uma franja - não há aqui nenhum juízo de valor estético, há quem fique lindamente de franja - dos adeptos presentes nas bancadas assobiavam a equipa. Não será a primeira nem a última vez que uma equipa é assobiada em casa pelos respetivos adeptos, mas não serão assim tantas as vezes em que essa equipa está a ganhar a um rival com justificadas aspirações aos lugares do pódio.
Mais ainda quando ganhar a esse rival, como acabou por se confirmar, consolida o segundo lugar do campeonato com apenas uma derrota - em Alvalade - nas primeiras oito jornadas, depois de já ter defrontado, para além do Braga, o Vitória de Guimarães e o Sporting, ambos fora de casa. Um calendário exigente, pelo menos teoricamente mais exigente que o dos rivais diretos na corrida ao título.