De Paulo Sérgio tenho a convicção que há de ser filho de boa gente.
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Será um dos ditados mais enraizados na nossa mente sempre que nos batem à porta com estrondo inusitado e reagimos. "Quem não se sente não é filho de boa gente". E de Paulo Sérgio, sem o conhecer pessoalmente, tenho a convicção que há de ser filho de boa gente, porque tem ar de boa pessoa, porque diz o que pensa sem limites, mas dentro da boa educação -chamou mamões aos bananas incendiários, mas isso foi um elogio.
Fala, sem receio de fechar uma ou outra porta. Não vai muitos anos, havia uma espécie de grupinhos - o Benfica arranjava lugar a um treinador com quem simpatizasse, o FC Porto idem, o Sporting aspas, e por aí fora. Até se falava em lóbis de uma forma pomposa, como se estivéssemos a lidar com mafiosos. Tenho pelos treinadores um respeito imenso, alguns fazem o favor de ser meus amigos, amigos mesmo, e tenho orgulho nisso. Até posso nem gostar de outros tantos, mas sobre todos tenho uma certeza: nenhum entra em campo com vontade de que a equipa saia derrotada, nem que seja contra o clube do coração. Disso tenho a certeza, tanta como a de que este processo do CD é uma maldade sem precedentes e atrevo-me a dizer que há gente na Cadeia de Custóias por muito menos.
Os treinadores de futebol erram, os jogadores por vezes falham golos feitos, os jornalistas têm dias, os árbitros às vezes fazem-nos rir, mas todos têm uma coisa em comum: gostam de futebol. Esta malta do CD, parece-me, não gosta nada de futebol. Pronto, agora façam-me um inquérito disciplinar. Aproveitem enquanto estão sentadinhos nessas cadeiras fofinhas.