"Há árbitros assistentes que desenvolvem atividade profissional por conta de outrem"
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Causados pela Covid-19, os prejuízos sofridos pela generalidade do tecido produtivo são incontáveis. Transtornos de diversa ordem afetaram e afetam número elevado de cidadãos e atividades. O futebol, que não ficou imune, ensaia passos no sentido de resgate condicionado. São divulgados protocolos de testes e controlo dos múltiplos intervenientes no período pré jogo e, também, procedimentos a cumprir durante os jogos.
A FIFA, também a UEFA, que em matéria de decisões alusivas ao tema pandémico, realização e concretização das mais diversas provas, têm oscilado gelatina nas mãos de doente Parkinson, adiantou-se e anunciou possibilidade de serem executadas cinco substituições por encontro até final da temporada 2019/2020.
Compreende-se o objetivo. Visa, sobretudo, amenizar suscetibilidade de lesões entre os jogadores depois de prolongada paragem e insuficiente período de preparação para a retoma e, assim, ajudar a manter o ritmo de jogo. Pois, manter ritmo de jogo! Quem se lembra terem os árbitros, também, estado confinados, limitados na preparação? Apesar de, naturalmente, antes de recomeçarem a arbitrar, verem aferida a condição física, a cadência não será idêntica à existente em março. Permitir manter ou elevar ritmos de jogo com recurso a cinco substituições (cinquenta por cento das equipas) afirma-se desigual para as exigências formuladas aos oficiais de jogo.
Isolamento
Para os jogos da Liga NOS que faltam realizar, é referido deverem todos os intervenientes, árbitros incluídos, manter regime de isolamento social com exceção dos períodos e deslocações para treinos. Há oficiais de jogo (árbitros assistentes, sobretudo) que desenvolvem atividade profissional por conta de outrem. Como cumprirão determinações da DGS deslocando-se à unidade laboral?
Esconder a cara
França, desde 2011, possui legislação impeditiva do uso do véu islâmico em espaços públicos. Por cá, na banca, desde tempos imorredoiros, aconselhava-se os funcionários, sobretudo "caixas", não atenderem quem se apresentasse de óculos escuros e cabeça coberta. Quem diria que, à entrada do quinto lustro do séc. XXI, todos temos de esconder (tapar) a cara para nos relacionarmos?