Manter Gyokeres a maioria do tempo a jogar na liga portuguesa não está alcance dos milagres. O goleador sueco está de partida com a mesma naturalidade com que deixou Inglaterra há dois anos
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Do dia para a noite, o dia D de Gyokeres ganhou 24 horas. É que, se durante todo este tempo da novela mais seguida do verão tudo se decidiria hoje, afinal, pode acabar amanhã. O Sporting espera, assim, livrar-se de perguntas incómodas sobre os “processos” em que o avançado incorreria por falhar a data de apresentação. E espera que as horas extraordinárias possam trazer luz sobre os moldes do negócio da saída de quem não deseja continuar onde está. E, com isso, não vem mal ao mundo, até porque Gyokeres não é do Sporting desde pequenino e também fez de tudo, há dois anos, para deixar o Coventry. Afinal, quem não quer melhor? Jogar na I Liga é necessariamente melhor do que estar no Championship, e regressar a Inglaterra para ser estrela na Premier League será, necessariamente, o sonho de criança de muitos. Ou todos.
Gyokeres não vai continuar no Sporting e ficará feliz; o Sporting encontrará, certamente, os moldes de um negócio que lhe salve a face diante dos empresários do sueco e que deixe claro ao mercado que o leão também sabe impor limites. E ficará feliz. Muito desta novela é isso mesmo, a importância da imagem que ficará depois dos créditos finais.
Os adeptos, esses, vão lamentar a partida do herói que idolatram num tempo recorde. Não será fácil ver Gyokeres com outro emblema ao peito, mas a dor será menor se o virem a marcar golos noutro país e noutra liga. Porque, mesmo que o digam entre dentes, sabem que ninguém podia segurar Gyokeres para sempre na liga portuguesa.