SENADO - Uma opinião de José Eduardo Simões
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À quarta votação saiu fumo branco, indicando a eleição do novo Papa. O que se deseja a Robert Prevost, agora Leão XIV, é que transmita impoluta autoridade moral, alicerçada na transcendente força espiritual de líder de confissão religiosa, para promover concórdias e ajudar a resolver problemas: do fumo negro das guerras a outras consequências da vileza de déspotas, tiranos, criminosos e cleptocratas que exploram povos de inúmeros países e regiões, causando destruição, genocídios, miséria e fome, injustiças sociais que a perpetuação no poder pela força ou tecnologias ao serviço dos “Big Brother is watching you” fazem crescer. Que tenha sorte, com a força de quem quer algo superior: que a vida da pessoa comum tenha sentido e seja vivida com dignidade e paz.
Nesta reta final de campeonatos e provas europeias, fumo branco para a emoção que rodeou os dois candidatos ao título que, com altos e baixos e mudanças de treinador, apresentaram o melhor futebol. Mas fumo negro para os adeptos, que continuam a transformar o apoio aos clubes em guerras entre claques inimigas, obrigando à intervenção policial. Enquanto as punições para clubes e esses malfeitores à sua volta não forem pesadas, rápidas e sem recursos que as suspendam, não sairemos da cepa torta.
Fumo branco brilhante para as meias-finais da Champions com jogos vibrantes, hinos ao futebol ao longo de quatro das melhores partidas que retenho na memória. Arsenal e Barcelona seriam tão dignos finalistas como Inter e PSG. Quase apetecia que se realizassem mais umas “meias”, num jogo só, uma entre os derrotados, outra entre os vencedores, e depois a final das finais entre os vencedores. A minha preferência vai para o PSG, não só pelos nossos pequenos/enormes heróis e craques (Vitinha, João Neves, Nuno Mendes), mas também pelo belíssimo futebol que praticam e o sentimento que passa de humildade e solidariedade. Ainda bem que Neymar, Messi e M’Bappé já lá não estão (ai os fumos negros…) e que à extraordinária dupla Luis Enrique/Luís Campos foram dadas condições para mostrarem o seu valor. Na final da Liga Europa está o United, de Rúben Amorim, que defronta o Tottenham. O saldo do campeonato é tão negativo que esta final é vista, por ambos, como forma de “salvar” a época. O desejo “nacionalista” é que saia fumo branco e a Taça caia nas mãos de Amorim, Dalot e do excelente Bruno Fernandes.