PRESSÃO ALTA - Um artigo de opinião de Nuno Vieira, diretor do jornal O JOGO
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Quando Casa Pia e Sporting derem o pontapé de saída no principal campeonato nacional de futebol, às 20h15 da próxima sexta-feira, serão lançados os dados para uma temporada que se espera seja a melhor e mais competitiva dos últimos tempos, pelo menos a avaliar pelos fortíssimos investimentos realizados pelos três principais clubes portugueses, secundados por um Braga que também bateu um recorde no que toca a contratações, ao recrutar Pau Víctor ao Barcelona.
Mas os argumentos dos três do costume continuam a ser maiores e a fazer desequilibrar ainda mais uma balança que sempre foi desnivelada a favor dos mesmos, ainda que esse domínio no campo financeiro e do peso institucional nem sempre se revele em todos os jogos e todos os anos, com a intromissão pontual de outros protagonistas a darem um ânimo extra aos campeonatos. O Sporting parte em defesa do bicampeonato e sonha com o tri, o Benfica arrancou a época com a vitória na Supertaça e com esperança renovada nas ideias de Bruno Lage e o FC Porto assume-se como um sério candidato ao troféu mais cobiçado de Portugal com um plantel que resulta da mais forte incursão no mercado de que há memória, como promessa do seu presidente.
Em campo, a luta vai ser terrível e não se pode esperar menos do que a melhoria substancial da qualidade do jogo, que na última campanha esteve abaixo do recomendável e foi apenas disfarçado pelo equilíbrio no topo da tabela até praticamente à última jornada. Mas fora do campo haverá outro campeonato, desde logo ainda em agosto e, depois, em janeiro, quando os planteis podem ser retocados a tempo de proporcionarem aos treinadores os melhores recursos para o ataque ao título. No Sporting, Rui Borges sabe que vai viver com a ideia de que será contestado mal perca; no Benfica, é garantido que as eleições de outubro vão marcar a época desportiva do clube, principalmente se o furacão Luís Filipe Vieira se apresentar a votos; no FC Porto, a expectativa é a mais elevada de todas, naquele que será um teste à liderança de André Villas-Boas, às novas ideias implementadas e que tiveram no verão o ponto alto com a substituição de Martín Anselmi por Francesco Farioli. Apertem bem os cintos que a montanha-russa vai provocar enjoos.