A ironia quando convém e o tom indignado quando dá jeito não credibilizam a discussão...
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1. A arbitragem não é um domínio sagrado no qual os treinadores estejam proibidos de entrar. Podem, fazem-no e não há mal nenhum nisso, desde que depois consigam ter peito para escudar o ricochete. Mais tarde ou mais cedo, esse ricochete aparece. A Paulo Fonseca não demorou sequer uma semana e soa estranho ouvi-lo ensaiar a ironia - "Não vi bem o lance, mas pelo menos foi dentro da área..." - poucos dias depois de ter criticado a sério, e com razão, o que se passou no Estoril. A ironia quando convém e o tom indignado quando dá jeito não credibilizam a discussão. Em resumo, os treinadores podem entrar no domínio da arbitragem, mas, fazendo-o, é preciso usarem o mesmo critério uniforme pedido aos árbitros.
Em campo, é verdade que o FC Porto teve oportunidades na primeira parte para uma vitória mais folgada e menos exposta ao tal lance polémico. Mas o rendimento continua irregular. Paulo Fonseca pode até não ir aos "esses", como garante, mas é também garantido que esta equipa ainda não segue direitinha. Firmeza de convicções já há, agora é preciso contagiar uma equipa que adormece facilmente. E que adormece quem a vê.
2. Já tínhamos percebido que José Mourinho e André Villas-Boas não se suportam. E é também isso que alavanca o interesse no Tottenham-Chelsea. Podíamos gastar algumas linhas a assinalar diferenças entre um e outro, mas é preferível sublinhar o detalhe em que são iguais: têm um ego enorme. Pois bem, divirtam-se, divirtam-nos... e que as equipas os imitem em campo.