VELUDO AZUL - Opinião de Miguel Guedes
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Uma vitória soberana, a primeira em casa no ano de 2025, com um jogo de posse e de maior tranquilidade (não avesso, ainda assim, a alguns sustos em contragolpe) onde ficam muitas oportunidades de golo por marcar e se registam toques de afinação no último terço do campo, lugar inóspito, quase intransitável e pouco frequentado até este jogo. Há algo que se alterou para melhor neste recomeço azul e branco, até agora pálido e confrangedor, presente como fantasma do outrora frente aos rivais do Minho, Vitória de Guimarães e Braga, no passado recente.
Para os sinais de retoma, não são alheios os regressos de jogadores nucleares, influentes, e a melhoria de forma de alguns dos protagonistas mais decisivos. Fábio Vieira voltou a pegar na batuta como o maestro que, aparentemente, havia desistido de conduzir a orquestra. A marcar há três jogos consecutivos, ao rasgar a defesa do Aves SAD com o pensamento, comprometido, a dar jogo e a baralhar o adversário, Fábio Vieira volta, agora, a iluminar a razão pela qual foi elevado a grande esperança da imprevisibilidade e profundidade do jogo coletivo dos “dragões” aquando da sua contratação-regresso. Ao lado de Rodrigo Mora, também ele afastado por lesão, faz de Pepê o balanço em terra. De alguma forma, nem Fábio nem Mora poderiam coexistir sem a implicação terrena de Pepê, também ele a subir de rendimento. Mora tem o futebol maior nos pés e dissemina magia em cada intervenção, percorrendo a defesa contrária em movimentos cruzados, bola no pé e cabeça levantada, como se rondasse o adversário para perfumar a oportunidade que será fatal. É, neste sistema, fulcral.