JOGO FINAL - Uma opinião de Nuno Vieira
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A luta pelo título promete ser a mais acesa dos últimos anos, uma perspetiva defendida pela generalidade dos observadores e que encontra ressonância nos bastidores das diversas equipas do campeonato. Todos reconhecem que o poderio dos três crónicos candidatos ao título reflete o fortíssimo investimento feito no mercado de verão e, por isso, o fosso em relação aos restantes competidores poderá acentuar-se.
O forte investimento dos três crónicos candidatos não faria supor grandes deslizes nos jogos mais acessíveis, mas às primeiras curvas o Benfica deu um trambolhão. Os rivais agradecem, mas hoje têm de fazer pela vida.
Mas não há histórias perfeitas no futebol e o Benfica já conheceu o primeiro trambolhão rumo ao mais desejado troféu nacional, ao ceder um empate em casa frente ao Santa Clara, para gáudio dos rivais que assistiam felizes, no sofá, ao deslize de Otamendi. Hoje, é a vez de eles entrarem em campo e se o FC Porto tem uma tarefa semelhante aos encarnados, recebendo o também insular Nacional, o Sporting poderá ser obrigado a suar na perigosa visita a Famalicão, onde mora a equipa mais jovem da I Liga, mas cuja qualidade tem impressionado neste arranque de época.
Da noite da Luz, ficam notas objetivas: Otamendi já deu muitas alegrias ao Benfica e não foi (nem será) a última vez que compromete, mas o problema dos encarnados é muito mais profundo do que o clamoroso erro individual do seu capitão. Com o investimento feito e a qualidade de que dispõe no plantel, Bruno Lage tem de colocar a equipa a jogar muito melhor do que apresentou na generalidade dos jogos até agora. Caso contrário, adivinham-se tempos ainda mais agitados do que o cenário eleitoral.