JOGO FINAL - Uma opinião de José Manuel Ribeiro
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O Benfica contratou um defesa central cujas características (velocidade, sobretudo) faltam à equipa desde a lesão de Lucas Veríssimo e o FC Porto continua com o imprescindível rejuvenescimento do setor em suspenso. São estes os dados objetivos saídos da curta batalha entre os dois clubes pelo jogador do Corinthians.
Com João Víctor, o Benfica resolveu um problema e deixou o FC Porto com os dois que tinha. Três, se pensarmos que as saídas de Vitinha e Fábio Vieira pedem uma contrapartida eloquente.
Um problema resolvido pelo Benfica, dois problemas por resolver pelo FC Porto, porque se juntam as provectas idades de Pepe e Marcano à saída de uma âncora como Mbemba.
Depois podemos debater se o episódio sugere que o FC Porto, aturdido pelo fair-play financeiro da UEFA, ganhou o tão ansiado tino financeiro ou se deixou amolecer e já não morde a língua quando disputa reforços com o Benfica.
Líquidos são os factos: saíram do campeão dois protagonistas de alto rendimento (Vitinha e Mbemba), mais o melhor assistente do campeonato (Fábio Vieira, em média de minutos por assistência), por isso, neste momento o pressuposto teórico tem de ser que a equipa dará menos garantias do que há seis semanas. Depois dos golpes que foram Vitinha e Fábio, falta um sinal de força, que podia ter sido João Víctor.
Em contrapartida, o Benfica contrata o terceiro defesa, mas as piores dores (e crónicas) eram no fígado, isto é, no meio-campo, cuja remodelação está tão suspensa como a dos centrais do FC Porto. Enzo Fernández pode demorar até janeiro e não desembarcou na Portela nenhuma solução imediata para qualquer dos três lugares em aberto. Na Luz ou no Dragão, ainda há muito mercado para ruminar.