Portugal teve mais tempo a bola, passou-a mais e melhor. Para quê? O plano de jogo era bom mas ruiu demasiado cedo. E não serve de desculpa terem jogado segundas linhas...
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A estatística do Coreia do Sul-Portugal dá-nos a fotografia de alguns dos pecadilhos portugueses na partida e que, somados, conduziram ao pecado final, a derrota.
O enfado de Ronaldo ao sair serviu para apimentar o drama, num mau final de fase de grupos
As segundas linhas lusas lançadas no encontro tinham a lição bem estudada e souberam pôr no relvado o plano para levar a melhor sobre os hiperativos e retilíneos coreanos - "variação rápida do jogo, colocação nas costas, com entrada de alas, médios ou laterais", como explicou Fernando Santos no final.
O que funcionou até antes de Kim Young-gwon empatar. Talvez pela ilusória sensação de segurança dada pelo golo de vantagem ou a incapacidade para lidar com as dificuldades colocadas pelos asiáticos, a Seleção Nacional começou a decair em intensidade, acerto, produtividade e... mentalidade.
Dir-se-á que o mapa da mina começou a desintegrar-se, o que nos conduz à estatística: superior posse de bola, maior número de passes efetuados e acertados, mais dribles e cruzamentos... enfim, a qualidade técnica que é imagem de marca do jogador português e também o seu fado quando é preciso jogar de faca nos dentes e de sexta a fundo em busca do golo.
Posse sem objetividade, já se sabe, é inútil, especialmente quando se perdem mais bolas e duelos do que o adversário, aspetos que se sabia de antemão iriam ser decisivos.
O enfado de Ronaldo ao sair serviu para apimentar o drama, num mau final de fase de grupos, sobretudo pensando na ironia que foi ver o rei dos goleadores assistir, de costas, para o princípio do fim.
O selecionador deseja que sirva de alerta e os adeptos também. De preferência com Ronaldo enquadrado com a baliza certa.