A JOGAR FORA - Um artigo de opinião de jaime Cancella de Abreu
Corpo do artigo
1Que me perdoe o Tirsense, mas encarei o jogo de quarta-feira como a verdadeira meia-final da Taça. Goleámos - tantas foram as oportunidades desperdiçadas - por um a zero o Braga no melhor momento da época e não vi Samuel Soares fazer uma defesa para amostra. A equipa deu mais uma vez notas de que atravessa um bom momento e que a integração dos reforços de janeiro está a decorrer de forma acelerada e satisfatória.
2 Para comemorar 121 anos de vida, nada melhor do que transpor a absurda - dada a dimensão do país - fasquia dos 400 mil sócios! Escusam os rivais de querer ser algum dia melhores do que nós, porque isso é pouco menos do que uma impossibilidade; e escusam de querer ser maiores, porque isso há muito que faz parte dos domínios da ficção. Parabéns, Benfica!
3 Sinto-me retribuído: sempre defendi convictamente Pavlidis enquanto ele fazia a penosa travessia do deserto (de golos). O tempo - sim, era apenas uma questão de tempo - deu-me razão e provou, pela enésima vez, que é correta a tese de quem um dia disse que o melhor psicólogo dos pontas-de-lança são as redes das balizas adversárias.
4 Para melhor se poder apresentar frente ao Barcelona, fez bem o Benfica em adiar o embate da jornada deste fim de semana com o Gil Vicente. Mostrou que é digno de disputar a mais importante competição de clubes do mundo - há quem utilize como desculpa dos insucessos na Europa a vantagem de se concentrar nas provas nacionais.
5 Surpreendentemente, a questão da aprovação global dos estatutos, cuja revisão resultou de um processo tranquilo e consensual, está a provocar um extremar de posições. A exemplar tradição democrática do Benfica exige que a votação seja transparente e deseja-se o mais participada possível. E que nenhuma hipotética ilegalidade no articulado impeça que as próximas eleições decorram sob o signo da nossa nova “constituição”.
6 Bem sabemos que a progressiva aproximação do Benfica ao primeiro lugar os deixa fora de si, desesperados, mas não podiam Frederico Varandas e Rui Borges escolher um momento mais oportuno para se atirarem aos critérios dos senhores da arbitragem? Caramba, logo agora que foram beneficiados em casa com o Arouca, conseguindo o empate graças a um golo irregular? Logo agora que foram ajudados na Vila das Aves em vários lances tão escandalosos quanto decisivos? Logo agora que em Barcelos, para a Taça, depois de ser poupado um segundo amarelo a Harder ainda na primeira parte, viram o golo do empate da equipa da casa ser invalidado por invisíveis três centímetros? Não há como não reconhecer: a culpa é do Benfica!
7 Oito anos após o arranque do VAR, sempre com Fernando Gomes à frente da FPF e Pedro Proença na liderança da Liga, temos decisões tomadas na Cidade do Futebol com base numa espécie de câmaras de segurança penduradas em postes de iluminação. Até agora, e já vai tarde, não foi dada uma explicação: VARgonha!