VELUDO AZUL - Um artigo de opinião de Miguel Guedes
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Há empates que são o que são, não evitam a derrota nem celebram uma quase vitória, não são morais como alguns maus resultados, nem aprendizagens como alguns desastres. Há empates que são o que são. Dividem pontos e deixam dores de cabeça com feridas a sarar, são difíceis de engolir, esperam pelo próximo jogo para saírem da depressão que nos lembra o que podia ter acontecido. O empate com o Manchester United ainda está atravessado na garganta e, podendo ser gasolina para um processo de confiança colectivo, não pode deixar de nos fazer olhar para as dificuldades evidentes no processo defensivo. “Uma vontade louca de ganhar” hoje, segundo Vítor Bruno. Toda a ambição mas com o necessário peso e medida.
Na antevisão do jogo com o Braga, Vítor Bruno foi transparente sobre a dor. A noite difícil pós-Liga Europa teve que morrer antes do dia nascer no Olival, sob pena de afectar a preparação do jogo de hoje. Ninguém nega a dor de ver uma equipa que deu a volta ao resultado, a jogar em superioridade numérica, que acaba por se deixar empatar à entrada para o tempo de compensação num jogo com este peso e contra um adversário directo para vencer a competição. Numa partida desta importância, a partir dos 85 minutos já não haveria jogo para jogar nas muitas formas de matar o tempo jogando à bola no espaço e com o tempo. Não há nada de antidesportivo em trancar o jogo com cadeado através de opções que nos obrigariam, evidentemente, a jogar com maior maturidade competitiva. Tudo o que a equipa fez de bom não se esfumou, embora se sinta que terá que crescer em competição para se manter por dentro.