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1 - Pouco importa se um árbitro é homem ou mulher, o que conta, ou deveria contar, é a sua competência. Tanto barulho fizeram com a senhora Catarina Campos, tanto se vangloriaram com a ascensão de uma mulher ao topo da arbitragem, que arranjaram forma de serem apontados sobre ela os holofotes mediáticos, criando desmedidas expectativas às prestações da senhora. Ela foi VAR no Benfica-Farense e não podia ter corrido pior: deixou passar um penálti claro e óbvio sobre o António Silva – daqueles que jamais podem escapar a alguém minimamente competente para a função, seja mulher ou homem.
2 - Não há volta a dar-lhe: tenho uma fé, que se transforma inevitavelmente em crença, sempre que um assunto diz respeito ao Benfica. Foi assim, não foi exceção, com cada o regresso de Renato Sanches aos relvados, sempre a acreditar, agora é desta que ele vai lá, carrega Renato. Debalde! Pese embora o histórico de lesões do Renato e o histórico de barretes do PSG, não critico Rui Costa pela polémica decisão: a dívida de gratidão para com o Renato recomendava que aceitássemos o seu regresso a casa como derradeira oportunidade para uma reabilitação, que agora, infelizmente, se confirma não ter passado de uma ilusão.
3 - Percebo – e quem não percebe? – a sofreguidão com que o FC Porto quer voltar a mandar na Liga – fê-lo direta ou indiretamente durante décadas no reinado de Pinto da Costa. Mas classificar de “conflito de interesses inaceitável” uma relação comercial que teve lugar ainda Rui Costa era jogador do Milan, é para cima de ridículo: é a cabal demonstração do desespero de quem, por mais que se queira apresentar como agente regenerador do futebol português, mais não é do que o legítimo herdeiro das piores práticas do seu antecessor. Entretanto, com as três intervenções desta semana, procurou criar o ambiente de guerrilha sem o qual o clube a que preside se sente em condições de se bater com o Benfica. Uma verdadeira lufada de ar fresco.
4 - Sim, é verdade, Fernando Gomes lixou, e lixou com requintes de malvadez, Pedro Proença. Mas Fernando Gomes conseguiu até mais do que lixar Pedro Proença, conseguiu lixar o futebol português também. Está de parabéns por ter posto uma guerra pessoal à frente dos interesses do país, mostrando o quanto foi patética – repito, patética – a presença do Presidente e do primeiro-ministro na sua tomada de posse como presidente do COP.
5 - Desde que o doutor Varandas falou para se queixar, para se vitimizar, para, em suma, meter pressão nas arbitragens, qualquer pequeno toque dentro da área dos adversários do Sporting é garantia de penálti. Gyokeres, entretanto regressado, marcou nove golos em oito jogos, seis dos quais de penálti. Resultou.
6 - As sucessivas nomeações de João Pinheiro (árbitro) e Tiago Martins (VAR) para todo e qualquer jogo de maior importância que se disputa em Portugal é um atestado de incompetência passado ao resto da classe – em papel timbrado e com o carimbo oficial do Conselho de Arbitragem.