Sá Pinto conta nesta edição por que motivo aceitou rumar a um Irão debaixo de fogo. Há riscos que se correm e que por cá não existem. Talvez por isso tantos optem pelo sossego da nossa Liga.
Corpo do artigo
A notícia da transferência de Ricardo Sá Pinto para o Esteghlal, um dos grandes clubes do Médio Oriente, caiu como uma bomba, numa altura em que o Irão era atingido por mísseis de Israel e dos Estados Unidos. De início, muitos pensaram tratar-se de uma brincadeira, mas depressa se percebeu que as notícias eram mesmo verdadeiras, o que desencadeou uma onda de reações irónicas e de piada sobre esta decisão do treinador português em rumar a um país debaixo de fogo, com alusões óbvias ao temperamento que sempre marcou o seu trajeto desportivo.
Nesta edição, Sá Pinto fala numa interessante entrevista exclusiva sobre esta aventura e assume, naturalmente, que foi um risco calculado, pois já tinha percebido por contactos anteriores que o cenário de guerra não iria acontecer nas proporções que os canais de televisão anunciavam. Assinou, está feliz, garante que tem segurança, mas não pode esconder que esta escolha de voltar a um sítio onde já foi feliz acarreta alguns riscos, pela sensibilidade da região do globo onde se prepara para trabalhar novamente e por um conjunto de muitas outras situações que, infelizmente, afetam bastantes portugueses que tentam a sorte em clubes lá fora, como, por exemplo, o incumprimento dos contratos.