JOGO FINAL - Uma opinião de Nuno Vieira
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Qualquer processo eleitoral, na sociedade ou simplesmente num clube desportivo, causa burburinho, tanto quanto maior for a empreitada a que os candidatos se propõem ao entrarem nesta caça ao voto. O Benfica ir a eleições já é motivo para que a nação encarnada invista todo o tempo a tentar decifrar as propostas dos candidatos, mas desta vez tudo se torna mais complexo, por existirem cinco sócios que assumem um lugar na corrida e um sexto que ainda não é oficial, mas já vai entrando em cena como um elefante numa loja de porcelana.
Há cinco candidatos assumidos e um sexto que ainda não é oficial, mas já causa estrondo, num ato eleitoral marcado para outubro, quando a equipa já estiver em velocidade de cruzeiro. A culpa ainda vai ser do árbitro.
Luís Filipe Vieira tarda em confirmar o que já é óbvio para toda a gente, talvez esteja à espera de um deslize da equipa de futebol para dizer que chega para dar a volta ao clube e devolvê-lo à rota dos títulos e das vendas astronómicas de jogadores formados no Seixal, mas, por enquanto, vai usando o tempo de antena ilimitado de que dispõe para atacar tudo e todos, não só Rui Costa, mas também Pedro Proença, como se o mundo fosse acabar amanhã e tivesse de gastar todas as munições.
O atual presidente tenta comandar o barco enquanto lida com esta disputa pelo trono; outros candidatos são mais ou menos reservados, com quase todos a alinharem na crítica à atual gestão, como nesta edição faz Cristóvão Carvalho. No meio de tudo isto está, talvez, o mais importante: a equipa de futebol. Assegurar um lugar na Liga dos Campeões e arrancar o campeonato em estilo mandão está ao alcance de Lage e seus atletas, mas ninguém pode controlar os efeitos de uma eleição em outubro que pode perturbar o que se faz em campo. A culpa ainda vai ser do árbitro.