JOGO FINAL - Uma opinião de Nuno Vieira
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A participação do FC Porto no Mundial de Clubes ameaça ser um fiasco, após a derrota inesperada de ontem frente ao Inter Miami.
A derrota foi má, a exibição ainda pior. O FC Porto congelou com a vantagem dada por um penálti de Samu e foi incapaz de travar o Inter Miami, revelando preocupante falta de ideias.
Dirão alguns peritos da análise que do outro lado estava Messi e é verdade que o craque argentino ainda consegue fazer a diferença no relvado – no caso, resolveu a partida com um livre direto irrepreensível -, mas a situação deve ser olhada pelos portistas com preocupação, porque como companheiros da estrela da companhia estavam alguns profundos desconhecidos do futebol mundial, uma defesa claramente deficiente em termos de qualidade técnica, um médio e um ponta-de-lança que foram de classe mundial (Busquets e Luis Suárez) mas que quase não se movimentam e um avançado (Segovia) que na época passada jogou no Casa Pia.
Tudo numa equipa – convém lembrar – dos Estados Unidos e que participa numa liga que é mais recreativa do que competitiva. O golo de Samu que colocou os dragões em vantagem não disfarçou a má primeira parte da equipa, que até teve em Cláudio Ramos um elemento de novo em destaque, depois do brilharete frente ao Palmeiras. O pior viria após o intervalo, período em que faltou tudo ao FC Porto.
Martín Anselmi está, supostamente, a implementar as suas ideias e a consolidar o modelo de jogo no plantel, mas o que se vê em campo nesta espécie de pré-época é tão pobre que só pode fazer acionar os alarmes no Dragão. É hora de refletir e a análise tem de começar no treinador, ainda que dificilmente a má imagem deixada nos Estados Unidos possa ser afastada com uma possível vitória sobre o Al Ahly. Sair do Mundial com postura à Porto era aceitável, desta forma é difícil de engolir.