Londres procurou a beleza utilizando uma simplicidade apenas aparente - As pessoas com cartazes em Moscovo'1980 foram agora transformadas em ecrãs - Será pena ver a chama sair do centro do estádio
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Não acredito que a pira olímpica vá ficar realmente no centro do estádio londrino, devendo agora ser discretamente removida para alguma torre próxima, até para poder ser observada do exterior.
Mas a verdade é que, não estando previsto o futebol no local, só mesmo provas como o lançamento do martelo, dardo e disco, que se iniciam dentro de uma semana, impedem aquilo que seria tão simples quanto original: a chama olímpica ali no centro, no campo de visão de todos os que acompanhassem as provas de atletismo.
A simplicidade da ideia - que se fosse assim tão óbvia já teria sido utilizada... - foi afinal o mote de todo o arranque dos Jogos londrinos. Sem tentar imitar a demonstração de grandeza exibida por Pequim, Danny Boyle levou os britânicos pela via da beleza, mal deixando notar aquilo que só nos próximos dias alguns mais meticulosos se dedicarão a estudar, pequenos prodígios da técnica como as torres a crescer no centro do relvado ou o público transformado em ecrã luminoso.
Moscovo'80, com as pessoas a erguerem cartazes na bancada, vai realmente muito longe!