João Pereira quis fazer um corte com a era Amorim, para se afirmar em nome próprio, mas ao leme de uma equipa feita. Já Vítor Bruno tem de colar os cacos a um grupo batido em campo e ferido na alma.
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Se o homem é ele e a sua circunstância, nas palavras do célebre filósofo espanhol Ortega y Gasset, ou seja, o indivíduo e aquilo que o rodeia, então o treinador é ele e os seus desafios, isto é, a necessidade de apresentar resultados. Nesta lógica e à luz dos acontecimentos das últimas horas, João Pereira e Vítor Bruno são dois homens em busca do mesmo destino, o sucesso, mas mergulhados em diferentes circunstâncias.
No caso do novo técnico dos leões, a herança que recebeu do antecessor Rúben Amorim é pesada e não deve ser disfarçada pelo facto de a passagem de testemunho ter sido tranquila e preparada com algum tempo, por muito que para o exterior transpirasse um certo hermetismo que, na realidade, nunca se verificou dado o princípio de vasos comunicantes entre a equipa principal e a B do Sporting (e demais clubes). Fez bem o novo timoneiro verde e branco em demarcar-se do anterior, porque liderar pressupõe fazê-lo na própria pele, com as inerentes virtudes e defeitos.