O FC Porto pode terminar o ano em qualquer dos três lugares do pódio, mas para garantir que sobe de posição tem de ganhar ao Boavista e isso nunca foram favas contadas
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Os jogos são todos iguais, mas os dérbis, como os clássicos, são um bocadinho mais iguais do que os outros. O do Porto já foi mais igual do que é hoje, com o Boavista ainda enterrado numa crise que funciona como uma camisa de forças, limitando-lhe os movimentos - desde logo os de mercado - e condicionando-lhe a afirmação como candidato aos lugares europeus. Mas sendo verdade que os clubes são o momento, também é certo que são história e nenhuma crise impede os axadrezados de jogarem com onze, nem de defenderem as cores do clube com a mesma intensidade com que sempre o fizeram. Há 15 dias, o Boavista foi a Alvalade discutir o resultado com o campeão nacional. Empatou o jogo duas vezes antes de ceder à inspiração de Trincão. Na última época, os axadrezados foram ao Dragão marcar primeiro e deixar a respiração das bancadas suspensas até ao minuto 90’+8’, quando Taremi desfez o empate arrancado aos 81’ por Zé Pedro.
Não será, portanto, por falta de aviso que o FC Porto se poderá deixar surpreender, esta noite, no Dragão. Parafraseando Agustina Bessa Luís sobre a cidade do Porto, o Boavista não é exatamente um clube, é um sentimento. E é sempre arriscado brincar com os sentimentos dos outros. O FC Porto pode terminar o ano em qualquer dos lugares do pódio do campeonato, dependendo do que aconteça no outro dérbi da jornada, em Alvalade. Mas para subir ao primeiro ou segundo degraus e garantir que nenhum dos rivais se escapa, tem de fazer a sua parte e vencer o Boavista. O primeiro passo para o conseguir será respeitar a história e não se distrair com o momento dos axadrezados.