Para quando universidades que tratem os alunos-atletas como as norte-americanas?
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Confesso que não esperava a vitória dos Estados Unidos nestes Jogos Olímpicos, e muito menos por números históricos. Aquela que é a mais poderosa nação desportiva desde o desmembramento do bloco soviético deixou para trás a ameaça que representava a China e deu um exemplo de capacidade de luta a merecer estudo. Os norte-americanos são especialistas a lidar com a pressão e têm uma aposta desportiva (pode ler-se dólares) que lhes permite serem os melhores, mas não é isso a explicar tudo.
Não tendo o nosso hábito dos grandes clubes, o desporto é para eles assunto ou de escola ou de bairro - terminar uma tarde de desporto com a reunião da "comunidade" em torno de uns copos e uns petiscos é prática que já pude apreciar -, por sinal os dois aspetos, além do dinheiro, em que Portugal fica nos antípodas: não só os governantes parecem querer afastar cada vez o desporto da escola e vice-versa (para quando universidades que confiram aos alunos-atletas o estatuto das norte-americanas?) como a nossa mentalidade nos impede de fazer do desporto o fator de reunião de vizinhos e amigos. E aqui não me refiro a futebol!