O Benfica liberta o extremo sabendo desde já que não poderá defrontar as águias na Champions com a camisola do Fenerbahçe. Como será se a equipa turca for eliminada da principal competição europeia de clubes?
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Akturkoglu está de saída do Benfica, o que seria um cenário improvável há poucas semanas, e o destino será o Fenerbahçe, o que seria ainda mais improvável atendendo à forte ligação que o extremo tinha ao rival Galatasaray. O futebol é pródigo nestes negócios surpreendentes, mas o que mais causa espanto neste processo é o timing da transferência. É verdade que o mercado está aberto e, nestas circunstâncias, tudo pode acontecer a qualquer momento, mas quis o destino que as águias tivessem de disputar a eliminatória decisiva da Liga dos Campeões, precisamente, frente ao emblema do lado asiático de Istambul.
José Mourinho, seguramente, vê Akturkoglu como uma mais-valia e não parece válida a teoria de que o tão propalado interesse no jogador nas últimas semanas, que até passou para o patamar das negociações, fosse apenas mais um jogo psicológico do treinador português para mexer com um elemento importante do adversário. Bruno Lage utilizou-o frente ao Nice e, com isso, o Fenerbahçe viu as hipóteses de o utilizar frente às águias reduzidas a zero, uma vez que não poderá ser inscrito numa prova na qual já alinhou (no caso as pré-eliminatórias).
Do outro lado, José Mourinho pode ver chegar um reforço importante correndo o risco de lhe “roubar” a hipótese de jogar na grande montra internacional e, da parte do jogador, a situação fica ainda mais estranha: pode integrar a preparação do Benfica para a primeira mão e integrar a preparação do Fenerbahçe para a segunda. Confuso? Nada disso. É apenas o dinheiro a mandar na era da globalização do futebol. Habituemo-nos.