O Benfica regou dois males em vez de cortar pelo menos um deles pela raiz...
Corpo do artigo
O Sporting passeou-se com uma perna às costas, o FC Porto coxeou um bom bocado e o Benfica tombou. Os candidatos do costume começaram o mistério sobre o próximo campeão em igualdade de circunstâncias: com um tiro no próprio pé. Arouca, Marítimo e V. Setúbal marcaram primeiro, desafiaram as probabilidades e desencadearam três respostas de temperaturas diferentes: quente, morna e fria. Podíamos todos ler na derrota do Benfica apenas uma confirmação estatística do que tem sido tendência nos últimos anos. Seria sempre mau, sim senhor, mas é bem pior integrada num contexto gelado de desconfiança, depois da perigosa gestão do caso Cardozo e até da renovação de Jesus - dois males regados em vez de serem cortados pela raiz. Pelo menos um deles. Morno, mas eficaz foi o FC Porto. A exibição foi pobrezinha, mas Quintero disfarçou-a. É verdade que também Neymar começou ontem no banco do Barça, mas esta história de que os talentos descarados, que toda a gente vê, têm de cumprir uma adaptação é tão certa como aquela segundo a qual a regra tem sempre exceção. Paulo Fonseca que se desenrasque, mas, para bem dele, é bom que veja em Quintero o que todos veem: um craque. Jardim, esse, já viu que pode confiar em Montero e no poder de fogo que incendiou a resposta do leão. O Rio Ave voltou aos arranques de entusiasmar, o Estoril mostra consistência e a primeira jornada deu sinais de novos talentos: Maazou, Pardo...