Como ficaria o país se perdesse um quarto dos seus melhores médicos ou engenheiros? - O ciclismo está a ganhar estatuto internacional, mas o pelotão interno é cada vez mais fraco
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A onda de emigrantes do ciclismo português iniciou-se ainda com José Sócrates no poder. Mas foi já com o atual primeiro-ministro que a modalidade passou a dar razão à famosa frase de Passos Coelho sobre a emigração, enviando corredores em massa para as equipas lá de fora.
Deveremos ter 16 emigrantes na próxima época, número que parece curto se comparado com o de futebolistas, mas que se revela gigantesco face ao curto número de ciclistas que em Portugal chegam ao escalão equivalente a "sénior" - já 12 desses deram o salto, num universo abaixo da meia centena. Há, obviamente, um lado positivo em tudo isto e que vai além da entrada de divisas que cada emigrante representa. Portugal é neste momento o oitavo país no ranking mundial, Rui Costa, Tiago Machado ou Sérgio Paulinho têm uma cotação fantástica, a Seleção Nacional é finalmente competitiva no escalão máximo. Mas quando se olha ao pelotão português vê-se o reverso da moeda. Quem fica para animar as estradas portuguesas? Como ficaria o país se um quarto dos profissionais de topo de qualquer área decidissem sair?...