Se houvesse uma Taça Frederico Varandas, os finalistas também seriam o Manchester City e o Chelsea.
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Só a pandemia, ou uma catástrofe parecida, poderia dar ao Estádio do Dragão uma final da Liga dos Campeões.
De outro modo, a lotação não preencheria os requisitos. É uma oportunidade única, e de várias maneiras.
Guardiola e Tuchel são dois dos três ou quatro treinadores mais interessantes do momento, por exemplo, e não é frequente podermos ver protagonistas destes na mãe de todas as decisões do calendário futebolístico. Também sucede que, para além da Champions deste ano, Man. City e Chelsea seriam os óbvios finalistas se existisse uma Taça Frederico Varandas para o clube mais pernicioso e indecente do século XXI.
Li um artigo que calculava em 100% a inflação provocada pela avalanche de dinheiro injetada pelo xeque Mansour e por Abramovich, em transferências mirabolantes e salários psicóticos. O autor sustentava que, sem eles, jogadores e ordenados custariam agora metade. Num caso, falamos de dinheiro literalmente roubado aos cidadãos russos com o desvio descarado de recursos naturais para o privado. No outro, de um Estado (os Emirados Árabes) com liquidez infinita e um cadastro negro em matéria de Direitos Humanos que a Amnistia Internacional acusa de usar o City para fazer "sportswash", um termo sem tradução direta para português e que significa lavar a imagem internacional com desporto (e violando, com total impunidade, as regras da UEFA).
No futebol, os estragos ultrapassam a inflação que cavou as maiores desigualdades de sempre. Há açambarcamento de talentos, craques que veremos no palco uma fração do tempo que teriam em clubes menos faustosos, ou até mesmo carreiras canceladas por planteis demasiado ricos (nos dois sentidos).
Hoje à noite será difícil escolher por quem não torcer.