Há casinhos e casos no nosso futebol. O de Boaventura é um caso sério, até porque a sanção acessória aplicada só o impede de estar afastado dos negócios durante dois anos, quando deveria ficar para sempre.
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O permanente clima de suspeição é um dos problemas do futebol português. Esta turbulência insustentável, com danos potenciais de credibilidade junto de adeptos e investidores, tem origem muitas vezes na desonestidade dos próprios clubes, por nem sequer perceberem que quando atiram a areia da arbitragem para os olhos da opinião pública com vista à desresponsabilização do insucesso estão também a lançar lama para o próprio futebol. A estratégia está tão desgastada que, felizmente, são já muitos os que não lhe atribuem importância.
Porém, quando somos confrontados com casos como o de César Boaventura, ontem condenado a três anos e quatro meses de cadeia por tentar aliciar jogadores do Rio Ave na antecâmara de um jogo com o Benfica, percebemos que há, ou pelo menos houve, situações graves e sérias que a todos nos devem deixar muito preocupados.