SENADO - Um artigo de opinião de José Eduardo Simões.
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1 Muito se fala (a cretinice, a maledicência e a inveja não têm limites) da temporada abaixo das expectativas dos mais marcantes futebolistas deste século: Ronaldo e Messi. São génios que alcançaram lugar no Olimpo dos melhores de sempre.
Já não possuem os registos, sobretudo físicos, de outras épocas e, à medida que a sombra do tempo se adensa, a capacidade de decidir jogos e campeonatos será menor. Mas inteligência, letalidade e superação continuam bem vivas e a jogos menos conseguidos outros se seguirão resolvidos com a classe dos génios. Haja quem saiba construir as equipas e beneficiar os, e dos, seus pontos fortes, até porque não se vê quem lhes chegue aos calcanhares.
2 Não se trata do 1º ministro, do presidente do Benfica ou de vários ex-jogadores com este sobre nome. Este jovem guarda-redes de 22 anos, ainda júnior, já defendia a baliza da equipa B do FC Porto. A lesão de Marchesin abriu-lhe as portas da titularidade e Sérgio Conceição ganhou com a troca, pois Diogo Costa mostrou ter tudo para ser excelente: maturidade, inteligência, rapidez de reflexos, colocação soberba (faz parecer banais as defesas mais difíceis), calma, comando defensivo, para além de saber sair e ter bons pés. A Selecção tem a baliza muito bem entregue e com opções de categoria.
3 Antecipei este desenlace. Era claro que o tempo de Tiago Craveiro na FPF estava a chegar ao fim, após um longo trajecto com Fernando Gomes desde os tempos da Liga. Organizador por excelência, com a cabeça bem arejada e muito à frente dos seus pares, a modernização da Federação é fruto do seu trabalho e foi ele a verdadeira "formiga" que soube colocar a FPF em posições estratégicas na UEFA e outros importantes órgãos de decisão internacionais. Está de parabéns pelo que fez. E de parabéns está a nova entidade patronal pelo que vai beneficiar do seu trabalho... até regressar para o lugar que merece.
4 A Selecção, mesmo com baixas de peso, em particular na defesa, fez um jogo competente. Foi prática, determinada, capaz e cumpriu o objectivo básico - ganhar o direito a disputar a presença no Mundial com a surpreendente Macedónia do Norte (ciao Itália). Contra a Turquia nem tudo foram rosas, pois a fragilidade da defesa quase comprometia uma vitória que podia ter sido folgada, com um penálti digno de principiantes. Quanto a Bruno Fernandes e Bernardo Silva, a teimosia de serem mantidos "amarrados" não lhes permite dar à equipa o que ela precisa. Vencemos... mas convém não embandeirar em arco!