JOGO FINAL - Uma opinião de Alcides Freire
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É oficial, Bruno Lage entrou na campanha eleitoral do Benfica. O que tem tanto de expectável, também poderia ser condenável se antes não tivessem feito o mesmo ao treinador, abordando, por diversas vezes, o que lhe estará destinado no dia seguinte às eleições de outubro. Não que, com isso, corra o risco de vir a ser substituído por Jurgen Klopp…
Não é fácil a vida de um treinador apanhado pela democracia e Bruno Lage está há muito em quase todas as discussões sobre o dia seguinte às eleições do Benfica.
Colocado em jogo pelos rivais de Rui Costa, o atual treinador dos encarnados entrou em campo quando a “instalação sonora” anunciou o nome de Bernardo Silva como o trunfo do candidato Noronha. Em nome do candidato Costa, o treinador disse acreditar que o jogador do Manchester City regressará em breve à Luz, seja qual for o vencedor das eleições. Poderia ter apenas afirmado que os eleitores não precisam de votar em determinado candidato para terem o esquerdino de regresso. Mas não foi só nesse momento que Bruno Lage entrou na corrida eleitoral. É que, ao afirmar que este mercado de verão foi o único “em que o presidente e a Direção levaram em consideração as ideias do treinador”, não está a falar de Rui Costa. Nem de Noronha.
Bem visto, Bruno Lage não foi sequer o primeiro treinador a entrar na arena eleitoral do Benfica; antes, já Rúben Amorim avisara que, caso deixe o Manchester United — possibilidade pouco ou nada remota perante os resultados… — vai de férias. E, posto de outra forma, não é também o primeiro treinador de um grande português a deixar claro quem apoia num ato eleitoral. E não é preciso sequer sair do Benfica. Certo, Jorge Jesus?