O Benfica tem que saber exigir tudo aos seus profissionais. A questão é se sabe fazê-lo. E não, não é com murros na mesa
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1 - Por razões que só quem está por dentro do trabalho do grupo poderá explicar - não tenho, de todo, essa veleidade -, o Benfica vinha oferecendo 45 minutos por jogo aos adversários, sendo que nas Aves e em Alvalade a brincadeira custara - nada mais, nada menos - do que cinco preciosíssimos pontos. Fui para a Catedral com fé - tenho sempre fé - numa atitude diferente, mas pagando para ver. E o que foi que observei bem ali por baixo dos meus olhos esbugalhados? Adivinhou: 45 minutos deitados fora, atitude insuficiente, jogo coletivo deficiente, muitas tentativas individuais, todas em esforço, aliás inglório, erros defensivos comprometedores, condição física a deixar muito a desejar, jogadores fundamentais em deplorável momento de forma. Estava escrito?
2 - Desde a goleada ao FC Porto que não fazemos um jogo completo, conseguido, de encher as medidas - tem sido sempre a sofrer. Oito pontos perdidos nos últimos quatro jogos comprometem qualquer aspiração de candidato ao título. O Benfica dá condições únicas aos seus profissionais: estrutura, treinadores, jogadores, todos! O Benfica tem que saber exigir tudo aos seus profissionais. A questão é se sabe fazê-lo. E não, não é com murros na mesa, com idas do presidente ao balneário a exigir reações e vitórias.
3 - Bruno Lage, como muitos antes dele e muitos que a ele se seguirão, no Benfica e em todos os outros clubes, disse sobre o dérbi o que entendeu ser-lhe conveniente dizer. Onde esteve então o problema que ocupou os histéricos debates futebolísticos da semana - ou não se tratasse do Benfica? Na dissonante opinião de Otamendi, ou, direi melhor, na evidente descoordenação da nossa comunicação - o que, não sendo propriamente uma novidade, não deixa de ser uma preocupação.
4 - Na semana passada expliquei aqui a minha perplexidade pela nomeação de Fábio Veríssimo para o dérbi de Alvalade. Pois bem: sem precisar de tirar uma vírgula ao que escrevi, reconheço, a bem da verdade, que a sua atuação não teve qualquer influência direta no resultado.
5 - A forma como Tiago Martins deu amarelo em vez de vermelho depois de chamado pelo VAR para ver as imagens da entrada de Rodrigo Mora sobre Soumaré legitimam que se levantem dúvidas sobre a seriedade do senhor - a incompetência não chega para justificar tamanha pouca vergonha. Nem o nevoeiro!