Benfica fez bem em festejar no balneário os três pontos conquistados no Dragão
A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Fizeram bem os jogadores, a estrutura e o presidente do Benfica em festejar, logo ali no balneário visitante, os três pontos galharda e merecidamente conquistados no Dragão. Foi, sim, um objetivo conquistado - passaram a faltar vinte e quatro!
Tomara que os venham a festejar todos, um a um, até ao final da prova, e sempre da mesma exemplar forma: cantando, simplesmente, o hino do clube.
Tomara que os venham a festejar todos, um a um, até ao final da prova, e sempre da mesma exemplar forma: cantando, simplesmente, o hino do clube. Nem na casa do rival maior caíram na legítima tentação de responder na mesma moeda às ofensas que ali sempre lhes são dirigidas (inclusive quando não estão presentes).
2 - Terça-feira vivemos uma monumental noite europeia - "à antiga", como soe dizer-se: pela frente uma das mais prestigiadas e categorizadas equipas do futebol europeu; o estádio a rebentar pelas costuras, um ambiente absolutamente fabuloso, com todos os anéis à maneira do mítico terceiro do antigo estádio; um jogo de futebol do mais alto nível, carregado de tática, técnica, intensidade, emoção, golos; uma vitória categórica do Benfica, que só pecou por escassa; o apuramento garantido à 5.ª jornada num grupo de elevadíssimo grau de dificuldade; a luta pelo primeiro lugar ainda em aberto na última ronda (Ah, e Rafa a mostrar, ali nas barbas de Fernando Santos, até onde pode chegar a produção de um jogador bem treinado e bem liderado!).
3 - Transcrito do La Repubblica: "Só podemos agradecer-lhe pelo show que nos oferecem todas as vezes que a sua equipa joga." Bom, se um jornal italiano agradece assim a Roger Schmidt, imagine o leitor o que não fazem milhões de benfiquistas! Por seu lado, Massimiliano Allegri, menos efusivo, não deixou de constatar que o Benfica "é uma grande equipa, mas não sei se poderá vencer a Champions". Ora, se este catedrático do futebol duvida é porque admite implicitamente essa possibilidade - e quem sou eu para o contraditar?
Dez minutos bastaram para confirmar que não iria ser o Chaves a travar a dinâmica de uma equipa que atravessa um período de forma esplendoroso.
4 - A grande dúvida para o jogo com o Chaves era saber como seria a equipa capaz de mudar o "chip" de uma fabulosa noite de Champions para um jogo da liga doméstica - e tantas vezes acontece o pior nestas difíceis circunstâncias (o FC Porto de ontem que o diga). Dez minutos bastaram, porém, para confirmar que não iriam ser os transmontanos, que esta época já venceram em Alvalade e em Braga, a travar a dinâmica de uma equipa que atravessa um período de forma esplendoroso. Imaginem se Roger Schmidt não tivesse cometido a loucura de levar 38 jogadores para estágio e, depois, na paragem para as seleções, dado cinco dias de férias aos jogadores.