A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Quando nos primeiros dias de setembro Bruno Lage assumiu o comando da equipa, ninguém acreditava que chegaríamos a meio de dezembro com hipóteses de entrar em Alvalade na liderança da Liga, com dez pontos conquistados na Champions, em princípio suficientes para garantir o play-off, na luta pela Taça de Portugal, da qual o FC Porto foi já afastado, e com presença marcada na final four da Taça da Liga. Quase me envergonho de estar aqui a explicar o óbvio: Lage, a quem tem que ser creditado todo este percurso recente, não escolheu o plantel, não teve pré-época para o preparar, precisou até de vestir uma bata, de médico, para sarar as inúmeras feridas que atormentavam o nosso futebol. Não é justo que seja imediatamente criticado por uma pequena série de exibições menos fulgurantes, menos de encher o olho, menos de acordo com o que todos ambicionamos.
2 - A prorrogação do contrato de Fredrik Aursnes até 2029 é uma excelente notícia. Aprecio nele a sobriedade e a simplicidade de processos, a regularidade e fiabilidade das exibições, os equilíbrios que oferece à equipa. Sacrifica-se em benefício do coletivo, sem queixumes, sem reclamações, dá sempre tudo o que tem para dar. Acresce que gosta de aqui estar e não tem as antenas permanentemente viradas para outras paragens. Eis a minha dispensável previsão: será, desejavelmente, o nosso próximo capitão.