Uma boa parte dos turcos e dos portugueses que vão estar nas bancadas do Signal Iduna Park esta noite serão emigrantes. Nisso, serão todos iguais. O que os divide é apenas um jogo de futebol.
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Haverá quatro turcos para cada português nas bancadas do Signal Iduna Park esta noite. Uma boa parte deles, tanto de um lado como do outro, serão emigrantes. Gente que saiu das suas terras à procura de trabalho, de segurança, de um futuro melhor. Nisso, serão todos iguais, portugueses e turcos, unidos pela mesma ideia de esperança, mesmo num país que acabou de dar a maioria à direita conservadora e radical nas últimas eleições europeias com a migração no topo da agenda de uns e de outros.
É importante sublinhar o que une turcos e portugueses na Alemanha em 2024 antes de passar ao que os divide, que é só uma partida de futebol. Portugal vai “jogar fora” o segundo jogo da fase de grupos do Europeu. A boa notícia é que, na equipa portuguesa, não há um único jogador que não esteja habituado a enfrentar ambientes hostis e até a crescer com eles. O 12.º jogador é importante, mas a verdade é que normalmente só joga o que a equipa adversária deixa. Cabe, então, a Portugal não deixar o 12.º jogador turco entrar na partida, o que se consegue dominando os outros onze no relvado, jogando melhor, marcando mais golos, sofrendo menos.