Baile de debutante

1 João Pereira começou com uma goleada, o que é sempre uma boa maneira de começar. O Amarante não ofereceu grande resistência e o dedo do novo treinador só se viu na escolha do onze, a refletir a ausência dos internacionais na pausa internacional e alguma gestão a pensar no Arsenal. Ontem, ficou a sensação de que os jogadores, mesmo os menos utilizados, podiam jogar de olhos vendados. Provavelmente, o jogo da Champions vai exigir outro tipo de intervenção ao novo treinador dos leões que, para já, tem uma certeza: os jogadores e os adeptos estão com ele. E esse é sempre um bom princípio. 

2 Hoje há Assembleia Geral no FC Porto, a primeira desde a eleição de André Villas-Boas como presidente. António Tavares, presidente da MAG, espera uma jornada que deixe o clube “mais forte, mais resiliente e preparado para os desafios que enfrenta”. Claro que, há memória, assaltam as imagens dos incidentes que marcaram AG de 13 de novembro de 2023, mas até por querer retirar “carga emocional” ao que ocorreu no passado, António Tavares não quer a PSP no Pavilhão, manifestando “total confiança nos associados”. De facto, é impensável ver repetidas as imagens de agressões e intimidação que marcaram a AG que, de alguma forma, precipitou o fim da era Pinto da Costa no clube. Em cerca de oito meses na presidência, André Villas-Boas cumpriu algumas das promessas feitas durante a campanha - a criação de uma equipa feminina, a reestruturação da dívida, a inauguração de um portal da transparência, a introdução do futsal nos escalões jovens, o lançamento de uma auditoria à anterior gestão - o que justificará que muitos sócios vejam o copo meio cheio. Mas o momento desportivo é delicado, com a derrota pesada frente ao Benfica a justificar que outros o vejam meio vazio. Uma Assembleia Geral é uma oportunidade para a nação portista se fazer ouvir. E, sobretudo, para não deixar que uma minoria ruidosa abafe a opinião da maioria.