JOGO FINAL - Uma opinião de Nuno Vieira
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Há poucos meses havia nos bastidores um clima saudável e de convivência entre os quatro mais poderosos clubes do futebol português, motivando mesmo encontros em prol do desenvolvimento desta indústria numa fase em que se torna imperioso avançar para uma discussão determinada da fórmula a encontrar para uma distribuição justa dos direitos televisivos, através da tão propalada centralização.
Após a explosão de Rui Costa e as respostas de Frederico Varandas, ontem foi a vez de André Villas-Boas dizer o que lhe vai na alma. O líder portista apenas confirma o que está à vista de todos: reina a paz podre no futebol nacional.
Frederico Varandas, Rui Costa, André Villas-Boas e António Salvador sentaram-se à mesa para tentarem encontrar pontos de contacto e tudo parecia correr lindamente… até entrar em cena um pequeno pormenor que dá pelo nome de resultado desportivo.
A final da Taça de Portugal desencadeou um conjunto de reações fortes, primeiro por parte do presidente do Benfica, depois com resposta do presidente do Sporting. Antes, porém, os dois andavam de braço dado e trocavam sorrisos quando apoiavam o mesmo candidato às eleições da Liga, enquanto num lado oposto situavam-se os líderes de FC Porto e Braga. André Villas-Boas disse, entretanto, que o futebol português vivia um clima de paz podre e a confirmação pública de que as relações andam azedas não tardou a chegar.
O dirigente máximo dos dragões foi mais longe e ontem pôs o dedo em várias feridas, contestando o teor das afirmações dos seus homólogos nos rivais de Lisboa e visando ainda Pedro Proença, a quem exige que seja dado um murro na mesa. Acabado de chegar à Liga, Reinaldo Teixeira tenta colocar água na fervura e procurou consensos na Cimeira de Presidentes, mas, crispado como está, o ambiente só tende a piorar. O que faz a bola não entrar.