Labyad e Ola John , talentos emergentes do futebol holandês, tiveram um percurso bem diferente em Portugal. É nisso que o Sporting deve pensar
A forma trágico-cómica como fechou a janela de transferências em Alvalade desviou os holofotes de algumas coisas com bom-senso que foram ditas nas últimas horas. Godinho Lopes acusou a Mesa da Assembleia Geral de ter prejudicado, ainda que indiretamente, as negociações de Van Wolfswinkel e Kléber, mas Jesualdo Ferreira acabou por tocar na verdadeira ferida: o Sporting precisa de valorizar jogadores e é essa a principal missão do treinador.
Exemplos não faltam, mas poucos são tão claros como Labyad, sobretudo quando comparado com Ola John. Têm um ano de diferença (o benfiquista é mais velho), mas ambos eram titulares de equipas de topo na Holanda na época passada e vistos como dos maiores talentos a atuar na Eredivisie. Ao fim de sete meses em Portugal, veja-se as diferenças: Ola John acaba de ser chamado à seleção principal da Holanda, Labyad ainda nem raízes criou no onze titular do Sporting.
Enquanto não resolver essa incapacidade de melhorar, valorizar e promover jovens futebolistas, algo que FC Porto e Benfica fazem como poucos na Europa, o Sporting continuará sem pão e com cada vez mais pessoas a ralhar sem razão. Jesualdo Ferreira, verdade seja dita, tem mostrado norte no caminho e no discurso. Com menos de um mês de trabalho do professor, já viu algo de Labyad e Carrillo, provavelmente os dois maiores talentos nos quadros dos leões. Se forem melhorados, valorizados e promovidos, de certeza que a Mesa da Assembleia Geral será apenas um pequeno ruído de fundo.
