FORA DA CAIXA - A opinião de Joel Neto.
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Feitas as contas, os resultados foram melhores do que as exibições, tanto contra Espanha como contra Israel. Mas a verdade é que não existe melhor "ratio". Foi ele que nos levou à conquista do mais incrível título da nossa história (e à minha maior alegria enquanto adepto de futebol, confesso), em 2016.
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Portanto, venha o Euro.
Não será uma prova normal. Ponderadas a pandemia, as limitações à expressão dos adeptos e o próprio cansaço dos jogadores, em resultado de uma época de percalços e extenuações, a divisão da prova ao longo do continente acaba por não ser uma celebração, mas um espartilhamento.
E, no entanto, é o primeiro grande campeonato internacional de que podemos desfrutar em três anos. É o regresso de Portugal aos grandes palcos, desta vez no papel de campeão em título. E é também o momento em que a selecção portuguesa junta o melhor de três gerações diferentes - da veterania ávida de Ronaldo à juventude exultante de Nuno Mendes, passando pela maturidade plena de Bruno Fernandes ou Bernardo Silva -, numa amplitude de recursos nunca reunida até hoje.
Até Éder, o herói que verá pela TV, o reconhece: estamos melhores. Ademais, ficámos no grupo-da-morte. E os grandes jogos, em regra, são aqueles em que mais vezes nos transcendemos. E os franceses andam zangados com quem passa a bola a quem. E a Alemanha teve de chamar gente que já se tinha retirado para preencher lacunas. E para a imprevisibilidade a Hungria já nós estamos avisados há cinco anos.
São as melhores condições possíveis. Só as rotinas de jogo ainda não parecem as melhores. Mas, ao mesmo tempo, vê-se jogar a equipa e é como sentir no pescoço o bafo do dragão já mal adormecido e capaz de, a qualquer momento, se pôr em pé de um salto e vomitar fogo.
Portanto, eu acredito. E já tenho programa até Julho - a começar hoje.
