VELUDO AZUL - Um artigo de opinião de Miguel Guedes
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O enquadramento da jornada permite definir o instante entre os candidatos ao título, uma fotografia de ocasião, sabendo-se que os momentos são efémeros. Mais tarde ou mais cedo, é possível que algum deles se destaque com a força de arremesso que o Sporting parecia ter nas mãos até à saída de Rúben Amorim. Jogo colectivo, paciência competitiva, assomos individuais, solidez já sustentada em qualidade trabalhada há várias épocas. Esse Sporting parece ter desmoronado como um baralho de cartas com João Pereira mas, não tendo ainda um às de trunfo para jogar, tem um joker-salvo-conduto de nome Rui Borges que pode fazer renascer o ímpeto. Ver-se-á, hoje, à boleia do “derby” de Lisboa que ninguém quererá perder pela mossa que deixará a remoer.
Decifrar a qualidade das dúvidas em dezembro. Também porque é da constância do jogo colectivo do Benfica que muitos adeptos têm ainda dúvidas, como se Bruno Lage tivesse reabilitado uma ruína ainda sem construir casa. Após a vitória do FC Porto frente ao Boavista, certo é que a passagem deste ano vai marcar apenas e só um instante, apenas e só um novo sinal de partida entre iguais, um novo tiro de saída em que alguém se limita a arrancar melhor dos blocos sem antecipar toda a corrida. O equilíbrio estará para durar.