É a equipa mais cara (e isso conta quase sempre), tem o treinador mais rotinado na tarefa e um plantel apropriado às fraquezas do campeonato. Quem desafia as probabilidades são os concorrentes.
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Seis vitórias nas seis primeiras jornadas são um facto suficientemente raro para indiciar que este Benfica não é apenas um produto da antecipação dos trabalhos por causa das pré-eliminatórias da Liga dos Campeões.
Para além do treinador português que mais vezes disputou o título num século de campeonato, as armas são as certas para a liga interna.
Pontas de lança grandes, possantes e acima da média (e muitos), uma equipa alta (Jesus lembrou isso ainda ontem) e muita gente, até demasiada, para acelerar pelos corredores.
A relação frequente de Rafa com os golos ou com os melhores desempenhos da equipa levantariam a suspeita de alguma dependência, mas, aos poucos, outros jogadores vão levantando a cabeça. Darwin é um bom exemplo. A quantidade anormal de avançados e alas também permitirá deixar os adversários na dúvida mais tempo, alargando uns meses aquele estado de graça a que as equipas grandes têm direito, enquanto não lhes topam as fraquezas. A época passada, atípica e confusa, criou a ilusão de que o dinheiro investido é secundário, mas a regra diz exatamente o oposto, por larga margem: a equipa mais cara costuma ganhar, e a equipa mais cara é o Benfica.
São boas perspetivas, lógicas e até estatísticas, para o campeonato benfiquista, a que só falta o detalhe dos concorrentes diretos, ambos saudáveis, pelo menos por enquanto. Apesar de tudo, há 12 pontos em clássicos, 18 se acreditarmos num regresso do Braga a esse patamar, e esse é um dos poucos capítulos do manual que Jesus nunca leu até ao fim.