A culpa é da acumulação de lapsos, alguns inacreditáveis. É impossível acreditar num VAR que tem mil olhos e não consegue ver o que nós, os da vista desarmada, estamos a ver
Corpo do artigo
Como tantos, fui um adepto encarniçado do VAR, certo de que ele nos mostraria, finalmente, o rosto da verdade. Mas, por esta altura, com o sistema a funcionar em pleno, há, por todo o lado, uma grande decepção. Pior ainda: perdeu-se a confiança nessa ferramenta miraculosa, que parecia ser um instrumento de precisão.
A culpa é da acumulação de lapsos, alguns inacreditáveis. É impossível acreditar num VAR que tem mil olhos e não consegue ver o que nós, os da vista desarmada, estamos a ver. Quando há, por exemplo, foras de jogo por diferenças mínimas, as pessoas desconfiam da decisão, e é caso para isso. No Chaves-Benfica, foi anulado um golo a Musa, no prolongamento. Vimos uma imagem parada com linhas de fora de jogo e era visível que ele estava em jogo. O relógio marcava 26 segundos do tempo extra. Depois, a imagem em que se mostra um fora de jogo de 9 centímetros, aconteceu aos 27 segundos do tempo extra, isto é, um segundo depois. Basta pôr o ponto um segundo antes ou depois para reverter a posição e a decisão. O que concede aos técnicos do VAR a possibilidade de decidir jogos, campeonatos. O Sporting tem quatro pontos por lapsos evidentes desse mesmo VAR. E quatro pontos chegam e sobram para atribuir um título. Pagámos tanto por ele (as quebras de jogo constantes e a perda do clímax absoluto do golo) para ter tão pouco.