O novo imperador do Brasil ainda não acertou a renovação com o Botafogo e o contrato expira em dezembro de 2025. De repente, pode muito bem ser uma solução deste lado do Atlântico antes disso
Corpo do artigo
Na entrevista exclusiva que O JOGO publicou na quinta-feira com Artur Jorge, o treinador que levou o Botafogo à conquista inédita da Taça dos Libertadores e ontem carimbou o título de campeão brasileiro, explicava que a continuidade no clube brasileiro não era um dado adquirido. Ora, não custa perceber que Artur Jorge é hoje um treinador com um mercado mais vasto do que aquele que lhe estava reservado há pouco mais de um ano, quando deixou o Braga após a conquista da Taça da Liga. Mesmo admitindo que há um certo risco de banalização do sucesso dos treinadores portugueses no Brasil, não é para todos chegar, ver e vencer a maior competição internacional de clubes sul-americana e arrebatar o título brasileiro das mãos do bicampeão Palmeiras, treinado por Abel, desde logo depois do trauma a que o clube tinha sido sujeito na última temporada, ao deixar escapar uma vantagem de dois dígitos na reta final da competição.
Artur Jorge tem contrato com o Botafogo até dezembro de 2025. Por outro lado, até ao final de dezembro de 2024há muito por decidir no topo do campeonato português. O Sporting atravessa uma crise de identidade desde a saída de Rúben Amorim e o FC Porto lida com uma crise de crescimento, com uma equipa praticamente nova desenhada em cima de dificuldades financeiras. Um treinador caucionado pela conquista de dois títulos, um deles internacional, com um perfil exigente e à prova de egos, a que junta uma ideia de jogo clara e sólida pode muito bem ser o que o médico receitou. A questão, claro, é saber se, por esta altura, um grande português ainda é suficientemente grande para Artur Jorge.