Não construiu o plantel e não teve grandes oportunidades de o retocar no mercado de inverno, mas o treinador do FC Porto prefere correr o risco de cair com as suas ideias do que ter de se adaptar ao perfil dos jogadores
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A conferência de Imprensa de antevisão ao jogo de hoje, em Arouca, poderia servir para escalpelizar diversas situações que não têm corrido bem à equipa do FC Porto e que podem ajudar a explicar o facto de apenas terem sido conquistados sete pontos nas últimas sete jornadas do campeonato, mas Martín Anselmi apenas responde desde a viagem a Vila do Conde, ou seja, pelas quatro partidas mais recentes e das quais não resultou qualquer derrota na Liga, embora as igualdades frente a Rio Ave, Sporting e Vitória de Guimarães tenham representado a perda de pontos suficientes para que os dragões estivessem, neste momento, colados ao Sporting e ao Benfica na liderança da classificação.
O treinador argentino preferiu agarrar-se às suas convicções do que encontrar culpados ou justificar que algo não corre bem por conta de evidentes erros individuais que se acumulam e que deixam a plateia do Dragão à beira de um ataque de nervos. Anselmi assumiu a conversa e ficou com a posse de bola durante quase oito minutos, para transmitir uma mensagem muito simples: chegou ao FC Porto para transformar uma equipa que precisava de múltiplas alterações e optou pela implementação das suas convicções, mesmo que as características do plantel e o perfil dos seus jogadores o convidassem a uma abordagem inversa, de adaptação do treinador à mão-de-obra existente.