Opinião de Jaime Cancella de Abreu
Corpo do artigo
Quem andou atento às opiniões esta semana publicadas, concluiu, por certo, que há um claro favorito para o jogo de mais logo na Luz: o Braga.
Vejamos: é quem melhor futebol pratica em Portugal; a pressão está toda do nosso lado e o Braga não tem nada a perder; Schmidt é taticamente pouco versátil e o nosso futebol fácil de anular; tivemos grandes dificuldades nos jogos com os outros candidatos ao título e se vencemos no Dragão foi porque jogámos contra dez; a nossa linha da frente, estafada, atravessa uma interminável seca de golos.
Acresce que o histórico recente joga a favor dos minhotos: venceram merecida e convincentemente na primeira volta, aquando do regresso da Liga após a paragem do Mundial, e voltaram a vencer-nos (nos penáltis) no jogo da Taça - verdade que com o mais do que decisivo contributo de uma inenarrável arbitragem, mas que interesse tem isso agora?
Eis onde residem, então, as minhas esperanças: o Benfica não vem de uma paragem, vai antes entrar em campo embalado por uma motivadora vitória em Barcelos; Luís Godinho não vai cometer erros com influência no resultado; Schmidt vai voltar a fazer boas substituições em tempo útil; a estrutura do Benfica soube capitalizar junto do grupo de trabalho o claro favoritismo atribuído ao Braga; a inigualável onda vermelha vai apoiar do princípio ao fim do jogo.
Em suma: temos, afinal, algumas possibilidades de vencer o jogo - eventualmente, quem sabe, com golos dos estafados (e secos) homens da frente.