Ainda vamos chegar à conclusão que foi Belotti que rasteirou Matheus Reis com a cabeça
A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Saí do Jamor mais do que desiludido, saí do Jamor farto dos lances, dos jogos, das competições decididas por equipas de arbitragem ao arrepio da verdade desportiva; farto dos silêncios e das inações do Benfica que deixaram as coisas chegar a este vergonhoso ponto; farto de ver a equipa perder nos minutos finais, por ingenuidade competitiva, jogos e títulos que tem ao alcance da mão.
2 - Um clube que tem um presidente que reclama para si a ridícula autoridade moral de maior, para não dizer único, regenerador do futebol português, pode passar uma semana a encobrir e a justificar a cobarde agressão de Matheus Reis? Em verdade, só os mais distraídos não sabiam ainda que a ânsia de ganhar a todo o custo tinha tomado conta dos seus princípios quando atribuíram a si mesmos quatro inexistentes títulos de campeão ou quando armaram a artimanha jurídica que permitiu a Palhinha continuar a jogar com cinco e mais amarelos na Liga.
3 - Ainda vamos chegar à conclusão de que foi Belotti que rasteirou com a cabeça o pé de Matheus Reis. Não há, aliás, outra forma de justificar a absurda decisão do incompetente bandeirinha Pedro Mota, que, com aquela e outras agressões a acontecerem debaixo das suas barbas, conseguiu descortinar uma falta a Belotti!
4 - Tiago Martins já tinha demonstrado em inúmeras ocasiões que é profissional de muito fraca qualidade – quer como árbitro, quer como VAR, uma fraude. Confirmou-o uma vez mais no domingo: não há incompetência que possa legitimar a decisão de não querer ver aquilo que todo o país viu através da televisão – e ele, enquanto VAR, está lá para ver até aquilo que mais ninguém vê.
5- A época de 2024/25 ficará indelevelmente marcada por três VARgonhas: o golo de seis centímetros validado ao Sporting nas Aves através de uma câmara de segurança pendurada num poste de iluminação; o penálti assinalado ao Benfica pelo facto do Otamendi ter rasteirado um adversário com a cabeça; a agressão de Matheus Reis que permitiu ao Sporting chegar à dobradinha.
6 - A careca de muito do que é dito no espaço mediático por jornalistas e comentadores que se classificam a si mesmos de independentes foi destapada pelo impulsivo abraço, seguido de ternurento beijo, que, na excitação da festa imerecida, o doutor Varandas deu ao incomodado jornalista Gonçalo Ventura em pleno relvado do Jamor.
7 - Rui Costa não pode afirmar que o Sporting tem o domínio do futebol português fora dos relvados – e nisto não posso estar mais de acordo com ele – sem assumir responsabilidades, sem explicar a razão pela qual não lutou contra este estado de coisas, não fez as necessárias denúncias em tempo útil, não deixou o Benfica fora dos movimentos “Maria vai com as outras” que elegeram dirigentes para os mais altos cargos da Liga e da FPF.
8 - Desabafos a quente, comunicados que misturam alhos com bugalhos, áudios piratas na praça pública, o sobranceiro e hipócrita (nas palavras de Villas-Boas) presidente do Sporting sem resposta, é o diabo a falta de estratégia do Benfica na denúncia dos graves prejuízos que nos foram causados na Liga e na Taça de Portugal.