Que prazer vou ter ao escrever este pequeno texto!
Portugal já conseguiu a sua melhor classificação de sempre, ainda sem saber se será quinto ou sexto no Europeu, mas conseguiu outro feito, o de colocar este país a falar de andebol.
A Seleção Nacional obteve aquilo que, para mim, é o mais importante: o direito a ser reconhecida como uma das melhores do mundo, o de ser capaz de dizer que podemos vencer qualquer adversário. Isto era inimaginável antes de começar o Europeu.
Ao presidente da Federação, Miguel Laranjeiro, dou os meus parabéns. Mesmo sabendo que os problemas e as dificuldades no andebol são imensos, sabemos também que estes feitos ajudam, e muito, a modalidade a afirmar-se e a desenvolver-se.
Elogio 1: Humberto Gomes nos Jogos Olímpicos
Conheço pessoalmente o Humberto Gomes, fui seu colega de equipa no ABC e treinador quando estava no Sporting; sei bem a paixão que tem pelo andebol. Recordo-me dos treinos específicos de guarda-redes, nas manhãs do mítico Sá Leite, dados por Aleksander Donner (Sacha) e os sacrifícios que teve para se tornar numa referência das balizas.
Humberto tem 42 anos e estar nesta fase da sua vida a atingir o ponto mais alto da carreira é sinónimo de orgulho para a sua família, amigos e, naturalmente, para ele próprio.
As equipas fazem-se construindo um grupo unido, amigo e focado nos mesmos objetivos; e Humberto Gomes é claramente um elemento decisivo nessa construção. Será muito natural vermos o Humberto nos Jogos Olímpicos, se Portugal lá estiver.
Elogio 2: Paulo Jorge Pereira nos Jogos olímpicos
O Paulo Jorge, na conferência de Imprensa do dia anterior, começou a preparar este jogo com Hungria quando referiu que se arrependeu de ter usado o 7x6 contra a Islândia. Ninguém, incluindo a seleção húngara, pensou que utilizaria este sistema toda a primeira parte.
Terá sido o jogo em que o 7x6 resultou melhor, com Fábio Magalhães a ser imprescindível nesta ação e a assumir como ninguém quase todas as decisões. O número de vezes que a bola chegou aos pontas ou aos pivôs demonstra como o utilizaram tão bem, e isso permitiu manter a gestão emocional e efetiva da partida, frustrando, a cada ataque nosso, as tentativas desesperadas dos húngaros em nos contrariar.
O Paulo Jorge está de parabéns e sabe que eu adorava estar no lugar dele e sentir o gosto e o orgulho de ter sido competente. Conseguiu fazer de um grupo de jogadores uma equipa forte e unida. Pelo que mostraram, até desejávamos mais, mas o que fizeram foi fantástico!
VAMOS, ANDEBOL.
