A quebra do Sporting tem mais a ver com o menor envolvimento dos laterais no ataque do que com o rendimento do ex-Braga.
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1 - Bem sei que muitas vezes as coisas simples, ou tratadas de forma mais simples, resultam bem, mas atribuir a Paulinho a responsabilidade pela quebra (... e não foi com estrondo) do Sporting seria quase como ouvir Florentino Pérez dizer que a Superliga Europeia foi feita com a intenção de auxiliar os clubes pequenos.
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Um desastre. Há outros elementos na equação que contribuíram, e muito, para a perda de seis pontos nos últimos quatro jogos: desde logo, o maior conhecimento que os adversários têm do Sporting, anulando, por exemplo, a explosão dos laterais Porro e Nuno Mendes, dois dos principais catalisadores do futebol ofensivo dos leões; a utilização mais intermitente de Nuno Santos, jogador que marca, assiste e transmite nervo ao grupo; a juventude e a inexperiência da própria equipa para lidar com a fase mais delicada da temporada - poucos campeões no plantel e mesmo aqueles que ergueram o troféu, como Adán ou Nuno Santos, não tinham peso nas suas equipas nessa altura; a ausência de Rúben Amorim do banco.
E poderíamos juntar aqui mais alguns detalhes, sobretudo a nível tático, que têm favorecido o menor rendimento dos leões. Paulinho não tem estado feliz na finalização, e tem a sua quota de responsabilidade nisso, mas também é vítima de alguns dos pontos referidos anteriormente. Não iria tão longe como Rúben Amorim, que diz tratar-se do melhor avançado português, mas é certamente um dos mais altruístas, dando o corpo à equipa.
Reduzir a quebra do Sporting ao ex-Braga seria o mesmo que ouvir Florentino Pérez dizer que a Superliga Europeia foi feita para auxiliar os clubes pequenos
O Braga-Sporting desta noite mexe com o título e com a Champions. Quem sair vencedor deste confronto ganha uma botija de oxigénio para o que resta da época e coloca os adversários diretos (FC Porto e Benfica) em sentido.
2 - O jogo da Pedreira irá centrar todas as atenções, mas a deslocação do FC Porto a Moreira de Cónegos também terá de ser encarada como de alto risco, até porque, embora dominante, o campeão nacional tem sofrido para ganhar os seus jogos. Na corrida pelo título, um deslize pode ser decisivo.