REMATE DE PRIMEIRA - Um artigo de opinião de Alcides Freire, diretor adjunto do jornal O JOGO
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É mais fácil encontrar uma opinião do que um restaurante no Algarve com Multibanco. O que pode ser perigoso também pode ser enriquecedor. E aqui estamos a falar apenas de opiniões, no caso das muitas que podemos encontrar, ouvir e ler sobre o atual estado do ciclismo. Vem isto a propósito da Volta a França, em especial da desistência de Remco Evenepoel, ciclista que reunirá unanimidade se aqui deixarmos impresso que é um dos melhores de um pelotão mundial repleto de estrelas. Um pelotão que anda cada vez mais depressa, mais vezes depressa e mais vezes sem descanso.
Voltemos a Evenepoel, que, na mesma edição do Tour em que era terceiro da geral, foi protagonista de uma mediática desistência em plena subida ao Tourmalet. À parte da poesia de ter desistido num dos palcos míticos da Volta a França, o que impressiona é o que disse depois. Mais do que a imagem em que oferece o bidon a um jovem adepto pouco antes de descer da bicicleta pela última vez. “Não sei o que me passa, não faço ideia, temos de o investigar agora. Quem sabe, talvez tenha algum problema com o corpo”, disse, lembrando, sem destacar, que em dezembro de 2024 – portanto, há apenas sete meses – sofreu um acidente contra uma carrinha dos correios, durante um treino.