Conrad Harder emergiu como um verdadeiro ciclone no Algarve. Inspirado em Gyokeres, marcou dois golos e apurou o Sporting numa prova que revela sempre novos protagonistas.
Corpo do artigo
A Taça de Portugal foi e continua a ser a grande festa do futebol português, mesmo que mudem os formatos e as exigências da televisão façam os pequenos mudarem de casa para procurar encher os cofres, porque jogar nos Distritais, no Campeonato de Portugal ou mesmo na Liga 3 não dá grande saúde financeira. É ingrato para os adeptos do Pevidém ou do Sintrense terem de abandonar os “lugares anuais” nos respetivos estádios para verem as suas equipas defrontarem os colossos nacionais, conduzindo a um desequilíbrio de forças ainda maior, mas de uma coisa todos podem ter a certeza: não é por jogarem num relvado estranho e num estádio mais arranjado e preenchido que vão deixar de dar o máximo e, porque não, candidatarem-se a sair do anonimato.
A cada ano a competição revela novos protagonistas, os fenómenos locais que, por alguns dias, são projetados à escala nacional. Alguns deles até ganham o direito a serem seguidos por clubes de escalões superiores e, se as coisas correrem bem no campeonato, o desejado salto pode ser garantido a reboque de uma exibição de sonho num jogo em que, por sorte, um grande se atravessou no seu caminho. As surpresas estão sempre ao virar da esquina e quem defronta um clube de dimensão superior alimenta sempre essa esperança, ao mesmo tempo que, entre os favoritos, há desejos firmes de afirmação, com notas positivas para os treinadores. Foi o caso, ontem, de Conrad Harder, dinamarquês de 19 anos que vive na sombra de Gyokeres mas que marcou os dois golos que fizeram o Sporting seguir em frente na prova.