O JOGO DO LEÃO - Uma opinião de Manuel Moura Dos Santos
Corpo do artigo
O Sporting defrontou o Arsenal e fez um jogo competente. A hecatombe anunciada não aconteceu. Reconhecendo o poderio do adversário, o Sporting deu-lhe o domínio do jogo, apostando em saídas rápidas ou mesmo bolas directas na frente.
Eu sei que sorte e azar fazem parte do jogo, mas esta época a sorte tem sido madrasta connosco.
O Arsenal está habituado a um ritmo e intensidade de jogo a que o Sporting teve dificuldade em responder. As competições internas em Inglaterra fazem toda a diferença em comparação com as nossas. Não sei se existe alguma falta no primeiro golo deles, mas de uma coisa não tenho dúvidas: existiu uma falha de marcação enorme da nossa equipa.
Fomos para o intervalo empatados a um golo, o que me pareceu justo face à forma como decorreu a primeira parte. Os primeiros 10 minutos da segunda parte foram de grande dificuldade, com o Arsenal muito pressionante a ganhar muitas bolas e a impedir a saída do Sporting. Valeu Adán !
O segundo golo, ainda que contra a corrente do jogo, veio serenar a equipa. Num minuto, transformámos um potencial 3-1 num 2-2. Eu sei que sorte e azar fazem parte do jogo, mas esta época a sorte tem sido madrasta connosco. Sou adepto do "deixar jogar", mas validar um golo precedido de falta sobre Pedro Gonçalves não tem nada a ver com deixar jogar. Num lance concentrou-se todo o nosso azar. O "azar" da incompetência do árbitro e do VAR, e o azar de a bola ter tabelado em Morita e traído Adán. Se a regra dos golos fora ainda existisse, a eliminatória estaria praticamente resolvida. Assim, vamos jogar a Londres como se o primeiro jogo não tivesse existido, ainda que sem Coates e Morita.
Pelo que vi em Alvalade, o Arsenal deve ser uma equipa muito difícil de bater a jogar no Emirates. Mas não é imbatível. O Manchester City e o Brighton são a prova de que é possível ganhar no Emirates. Já agora, que desta vez a sorte esteja connosco.
Já defendi que o VAR devia estar baseado fora de Portugal, nas instalações da UEFA.
Já defendi que o VAR devia estar baseado fora de Portugal, nas instalações da UEFA. Agora, a pressão sobre a arbitragem é dupla: exerce-se sobre o árbitro de campo e sobre o VAR. Os nossos árbitros são muito fracos, não sei se por má-fé, se por clubite ou pura incompetência. A ausência da nossa arbitragem no último Mundial não deixou quaisquer dúvidas sobre estado a que esta chegou. Gostaria de ver os indígenas locais a pressionar um talhante na Finlândia, um pescador na Islândia ou um engenheiro na Suécia.
Até para a semana!